terça-feira, 23 de junho de 2009

remexendo nas velharias de um blog nati-morto, eis a primeira da seleção de pérolas em rascunhos:

Por que será que coração não tem e-mail?


e-mail de raiva pro coração de outra pessoa:


Prezado coração de fulano,


Eu sei que o cerebro e o órgão genital são os principais culpados do que aconteceu entre eu e o fulano, mas você há de convir que o segundo é analfabeto, e o cerebro?! Ahhhh, o cerebro....! Já tentou falar com ele? Pra tudo ele tem uma explicação. Adora complicar as coisas, só pra depois se gabar da solução.

É por isso que venho, por meio deste, te mandar tomar no cu!

Se você não fosse de pedra, nada disso teria acontecido! Como você foi capaz de não amolecer comigo??

Essa é a hora da verdade! Vai dizer que foi por causa de outra coraçoa?

(lembre-se que vc não tem capacidade de mentir e tudo que disser poderá ser usado contra vc!)

Ahhhhh....prefere se calar?? COVARDE!! Isso mesmo, C.O.VA.R.D.E, com todas as letras!



sábado, 13 de junho de 2009

um plano na cabeça e um livro na mão!

Acordamos de ressaca. Pelo tamanho da ressaca sabíamos que o inevitável estaria por vir: nossas carteiras estavam completamente vazias. E agora? Ainda era sexta feira, o fim de semana não podia acabar assim.
Dentro do carro, já quase sem gasolina, toca o telefone com uma proposta irrecusável: UM SUPER SHOW, PARA ASSISTIR DO CAMARIM, em São Paulo.
-SÃO PAULO? Mas a gasolina só dá pra ir até o Jardim Botânico.
-Tudo bem amiga, se nada der certo, vendemos livros.
Alice é escritora. Lançou seu primeiro livro esse ano, e por sorte tinha 12 exemplares na bolsa. Esgotamos todas as possibilidades de vendas pra tios, tias e amigos, assim como esgotamos nossos créditos de celular. Pronto, sem dinheiro, sem telefones, sem gasolina, como chegaríamos à esquina da Ipiranga com São João? Ainda tínhamos o mais importante: amigas, disposição e 12 livros...
Buscamos as amigas : Carol e Joana. Agora éramos uma equipe, mas ainda não tínhamos o principal – compradores em potencial, e uma vaga idéia de onde traficar nossa cultura. Começamos bem, passamos por um hotel de luxo. Alice conhecia o chef do restaurante e havia prometido um livro pra ele, nada melhor que começar as vendas com alto estilo. Montamos lá mesmo, no bar chiquéssimo, nossa primeira exposição. Ganhamos a simpatia de todos, algumas taças de champangne, alguns canapés, chocolates e principalmente, a primeira venda.
Saímos animadas, a venda de livros se mostrava promissora, e a cidade um mercado em potencial. Continuamos nosso trajeto, passamos por um bar em copacabana, onde paramos pra comer algo, tomar um chopp, gastar o dinheiro da primeira venda e conhecer novas pessoas. Nenhum livro vendido.
-Garçom, encerra a conta que vamos pra santa Teresa!
Santa prometia. Sentamos num bar e logo descobrimos um amigo. Papo vai papo vem, o bar fechou suas portas, e mais uma vez não tínhamos vendido nenhum livro. Melhor ir pro bar do lado, onde (segundo a descrição do amigo Taj, que estava lá), era um mercado livre. Sentamos e logo fizemos nosso primeiro escambo, trocamos um livro por outros dois de poesia. A troca nos deu sorte, vendemos vários livros nesse bar, e já tínhamos capital pra chegarmos ao nosso próximo destino: a Lapa.
Ir a Lapa foi um desastre, sem vendas, não conseguimos entrar em lugar algum. Mas descobrimos um anjo, que não comprou um livro, mas comprou nossa idéia e resolveu sair por aí nos ajudando a vender livros. Fomos quase diretamente pro Leblon. Quase, pois paramos num posto de gasolina, abastecemos de gasolina, cervejas e cigarros, lavamos (nós mesmas) o carro e pasmem: vendemos um livro!
Leblon, temakis, artistas e anônimos...mas tudo termina em Pizzaria Guanabara e nenhum livro vendido. O melhor mesmo era voltar pra casa e tomar café da manhã no restaurante do meu prédio, onde ainda conseguimos marcar um lançamento do livro.
Acordamos novamente de ressaca, sem dinheiro, ainda no Rio. Mas o que importa é que tínhamos conhecido novos lugares, novas pessoa, um anjo, e o mais importante: nos divertido bastante. Já citei que o livro se chama : " meninas, sapos e um mundo revirado".

terça-feira, 9 de junho de 2009

Literatura de cordel contemporânea (ainda na feira)


"Dizem que são avançados

Da juventude pra frente

Tudo americanizado

Viciado e decadente

Contagiando o país

Quem ver a verdade diz

É triste o fim dessa gente


Nessas festas de embalo

Onde a juventude sonha

Só tem alucinação

Barulho e pouca vergonha

Na fúria mais assassinada

Da bolinha e cocaína

Entorpecente e maconha


Um relincha e outro ladra

Dando patada e mordendo

Desgranha o cabel e berra

Parece um bode morrendo

Quem quiser ver o inferno

Vá num festival moderno

Que sai de lá se benzendo


Parece um espírito mau

Que no fulano encostou

Quem olha analisa e diz

Este se manifestou

Suor que o corpo não cabe

Depois dali ninguem sabe

O que foi que ele cantou"




José João dos Santos "Mestre Azulão" em "Os Loucos da Moda"



José João dos Santos "Mestre Azulão" é o autor deste livreto de Cordel, e mais de 300 títulos já publicados. É um verdadeiro ícone de uma Cultura gebuinamente Brasileira.







...e Jesus nem é o mala!




"Eu era um bêbado, que vivia drogado. Hoje estou curado, encontrei JESUS!"




JESUS enlatado ou na versão dois litros, o importante é que ele é sempre cor-de-rosa!












Calcinhas na feira


Dia desses fui á feira de São Cristovão, almoçar com as amigas. O almoço foi maravilhoso, o papo nem se fala! O único problema foi o péssimo atendimento do garçon! É a ele, ou melhor, á mulher dele que dedico esse post! Aquele falta de educção só pode ter uma explicação: A esposa do dito cujo não tem comprado lingerie na feira!

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Saudade até que é bom, é melhor que caminhar vazio!


Pro pai dos burros:

saudade

s. f. s. f. pl.

saudade (a-u)s. f.

1. Lembrança grata de pessoa ausente ou de alguma coisa de que nos vemos privados.
2. Pesar, mágoa que essa privação nos causa.
3. Bot. Suspiro (planta dipsacácea).
4. Nome dado no Brasil a várias plantas.saudadess. f. pl.
5. Lembranças; recordações;

Uma viagem no tempo

1992 - Eu tinha 6 anos de idade, ainda morava no sítio.

Quando se é pequeno, qualquer casebre pode parecer um mundo. Sendo assim, meu sítio era um Universo, o MEU Universo! Ainda hoje tenho a convicção de que não existe lugar melhor para se crescer que um sítio ao pé da serra, num lugarejo pacato! Claro que não é das tarefas mais fáceis, mesmo porque isso implica em morar longe da escola, ter que madrugar pra cumprir os compromissos, nunca ter pão fresco em casa, ser esquecida no supermecado do meio do caminho, ter a vida programada de acordo com os horarios dos onibus ou das caronas, e, principalmente, não ter NADA pra fazer nos dias de chuva! Criança que cresce em sítio não gosta de jogar video-game. Criança que joga video-game não sabe jogar queimada, brincar de policia ladrão, roubar jaboticaba do vizinho, brincar de pique esconde na serra. Essas crianças não pulam na piscina na hora da escola, não vendem chup-chup na rua, não têm um cavalo chamado Estrelo e nunca sentiram a dor de ser sapecadas por uma taturana, mas pelo menos nos dias de chuva...

Acordei tarde, devia ser feriado. Obaaaaaa!!!!! Se é feriado não tem aula e se não tem aula, eu poderia brincar o dia todo. Todos os dias acordava com o canto de uma familia de passarinhos que chegavam logo depois do cocoricó do galo. Era tiro e queda: Cocoricó, passarinho, passos no corredor, porta abrindo, voz do pai:
- Quinze pras 6, vamos acordar?
-hummmm???? tá frio!!!! Deixa eu dormir mais um pouquinho?
-Tá bom, vou acordar seu irmão e venho te chamar assim que ele sair do banho!

Mas esse dia não teve galo, passarinho, nem pai. Ora bolas, se não teve pai é pq não tem aula, isso eu já tô acostumada, mas o que teria acontecido com o galo e os passarinhos? Será que era feriado em homenagem á Nossa Senhora protetora das aves? Sim, seria justo que, pelo menos uma vez na vida esses seres penudos tivessem alforria do compromisso de me acordar! Devia ser muito chata essa vida, esses bichos não serviam pra mais nada além disso! O galo passava o dia inteirinho ciscando e os passarinhos cantando! Ahhhhh....se eu tivesse asas, com certeza estaria voando por ai, e não atrapalhando o sono tranquilo de uma menininha levada!

Fui averiguar, irmão tava dormindo, pai e mãe tb. Tudo parecia estar em ordem, mas quando eu abri a porta....CHUVA! Tinha que ser proibido chover em dia que não tivesse aula! Não sabia o que fazer. Nunca gostei de bonecas, não sabia jogar video game, a tv não pegava em dias de chuva....Mas pelo menos eu tava sozinha, poderia fazer tudo que não podia fazer normalmente. Por exemplo: subir no alto da estante e pegar as tintas que mamãe nunca me deixava usar. Comecei a escalada, é incrivel como eu era corajosa! A estante era enorme, e as tintas pareciam inalcançáveis! Fui subindo, subindo....Passei pelos meus livros e revistinhas, pelos livros do meu irmão, pelo andar de romances que minha mãe lia e chorava na piscina, alguns livros de medicina do meu pai....tudo muito organizado, nada fora do lugar, e eu subindo. De repente, já no terceiro ou quarto andar daquele arranha-céus de livros diversos, me deparo com um livro fora do lugar.Eu lembrava daquele livro! Era o livro que minha mãe leava quando iamos encontrar um senhor de barba branca e unha grande que tocava violão.... eu adorava aquele livro! Toda vez que o via lembrava das noites ao lado da fogueira ouvindo o violão.

Peguei o livro e desci da estante. Já tinha esquecido das tintas. Eu sabia que aquele era um livro mágico, deixava as pessoas felizes, combinava com o inverno, com a lua, com o vovô do violão.Eu estava aprendendo a ler, e logo poderia ler suas palavras mágicas. Logo, não! Aquela hora. Me esforcei, lebrei de tudo aquilo que a professora me ensinara. B com A = Bá. Mas não tinha BA na capa. Eu sabia que ia conseguir, afinal de contas eu já tinha 6 anos! Fiquei um bom tempo pensando, tentando, organizando as sílabas na cabeça....mas aquela palavra não tinha sentido:
S com A = Sá (igual o Saci do sitio do pica-pau amarelo)
U= ú ( igual Paulo, meu pai: Pá+ú+lô)
D com A = Dá (eu achava o D a letra mais fácil de todas)
D com E = Dé
S= ssssssss
SÁ-Ú-DÁ-DÉ-sssssss

fiquei repetindo pra mim mesma:
SÁ-Ú-DÁ-DÉ-sssssss - o que seria isso?
SÁ-Ú-DÁ-DÉ-sssssss - será que era alguma palavra mágica? tipo abracadabra? como será que se escreve abracadabra?

...de repente eu ouço uma risada, bem perto de mim. Era minha mãe. Eu estava no chão. Escondi o livro com medo da bronca que poderia levar por ter mexido no livro mágico!Mas não, ela deu mais uma risada e me abraçou orgulhosa.
Eu tinha lido minha primeira palavra: SAUDADES - do livro Saudades Seresteiras.

Voltando á 2009

Hoje já não tenho 6 anos, moro numa cidade grande, acordo com um despertador escandaloso e adoro os dias de chuva!

Contei essa história pra falar de saudade. Fui marcada pra sempre por essa palavra e por esse sentimento! Tenho uma tatuagem, sabe o que ela significa? Coragem. Precisei de coragem pra conhecer a palavra Saudade, mas preciso de mais coragem ainda pra relembrar o que me faz sentir saudades!

Eu sinto saudades de tudo: Da serra, do violão,das fogueiras, do senhor de barba grande, das brincadeiras, da moça que me ajudava cada vez que meu pai me esquecia no supermercado (ela já sabia o tel da minha casa e eu, sabia onde ela ficava). Sinto saudades de mim mesma, dos vários eus que eu já não sou e daqueles que eu nunca fui, e talves nunca seja. Sinto saudades do que eu já vivi e do que eu nunca sequer imaginei!

Saudades, saudades, saudades... acho que até hj tenho dificuldades de decifrar essa palavra.

O pai dos burros que me desculpe, mas eu vou ficar com a definição da Dani Hollyday (de quem eu tô morrendo de saudades):
Saudade: s.f. antigo aparelho de medir amor inventado pelos primeiros argonautas. Hoje existem métodos mais modernos e eficazes, como arrumar a casa e exames geladerísticos

Links:
Blog da Dani:

http://livrariaobrasineditas.wordpress.com/

sexta-feira, 15 de maio de 2009

el caso de Carol

Hoje não consegui pensar em nada de muito interessante pra postar, portanto vou dissertar a respeito da relação das mulheres com elas mesmas, com a bebida e, principalmente com os homens!...Definitivamente, cheguei à infeliz conclusão de que é muito melhor ter 2 fígados do que um coração!Tudo começou com um probleminha gastro-hepático que estou passando: Não consigo parar de arrotar!!! SOCORRO!!!!!!!!!!!!! (arroto!) Pois bem, passando por esse mal, resolvi consultar minhas amigas (médicas por vivência, mas nem sabem onde fica a tíbia)! Os diagnósticos foram diversos: muita coca cola, gastrite, maluquice, e o pior de todos: É FIGADO! Meu chão caiu, preferia que me falassem que eu tinha 6 meses de vida e um figado inabalável......mas não foi bem isso! Eu fiquei pensando e arrotando. Mais arrotando do que pensando!Conclusões: pra que um coração se vc pode ter uma garrafa de champangne? Alias, se tiver uma garrafa (pode ser até de cachaça) é melhor nem ter um coração. O sexo feminino tem sérias dificuldades e associar amores + porres + manter a sanidade! Se bem que sanidade é uma coisa que já não temos mesmo.Claro que eu não ia escrever essas viagens aqui no blog, especialmente no segundo post, queria uma coisa filosofica, rebuscada, etc. Mas chegando à casa da Carol(depois eu descrevo a minha relação com Carol, e qual a imagem eu construí dela) tive certeza de que não existe tema mais pertinente do que esse no momento!Pois bem...Carol é uma grande amiga que tem todos os instintos mais selvagens e uns muitos ataques de pré-adolescente!... Carol arrumou um namoradinho na internet, com quem faz sexo virtual, troca mensagenzinhas do tipo eu te amo, minha deusa e bla bla bla! E ontem, logo ontem, o Pc dela estragou, coitada! Minto!!!! Coitada de mim... Uma mulher sem encontrar seu (não sei que nome dar, pensei em P. - pensem o que quiser) P. fica insuportável! Como esses hormonios mexem com a nossa cabeça! Mas o pior de tudo: Carol tem uma gastrite cronica...e não bebe! Pior do que não beber é que quando bebe... ai ai ai ai ai! Sai de baixo! Vale beijo no ponto de onibus, garçon do buteco, amigo gay e até vendedor da feira!Não, não pensem que Carol é uma pervertida, na verdade ela é daquelas mulheres que assumem todos os seus dramas, paixões e desejos! Se um dia fosse classificar as minhas amigas, ela seria a pra casar: Cozinha bem, lava passa, morre de paixão, não bebe, e ainda tem um foooogo.Entendida a personagem, melhor voltar pra minha filosofia barata!A própria Carol, entre muitas outras sempre diz que eu penso como homem! E penso mesmo, acho que queria pensar cada vez mais como esses seres "com pensamento linear"!Pra que ficar sonhando em varios caras ao mesmo tempo se vc pode ter um de cada vez?Qual problema pode ser maior que uma derrota do flamengo no domingo?! (em caso de vitoria tem-se um motivo pra comemorar até na semana que vem)Que programa seria mais importante que cerveja com os amigos?Enfim....nós mulheres não conseguimos entender o pq não somos a UNICA coisa mais importante na vida de um homem, mesmo que ele esteja na lanterna das nossas listas, ou alguém cogitou a hipótese de colocar algo antes de um bom dia no shopping?




Deixo meu brinde a todos os homens!!!!